”Born This Way” dirigido por Nick Knight, que com apenas 1 dia de lançamento já passa de 2 milhões de visualizações no YouTube, gerou muita polemica todo o mundo, confira e entenda agora, o enredo do clipe..
Manifesto of Mother Monster:
“Esse é o manifesto da Mother Monster. Em G.O.A.T., território possuído por um governo alienígena no espaço, um nascimento de proporções magníficas e mágicas ocorreu, mas o nascimento não era finito, era infinito. Enquanto os ventres cresciam em número e a mitose do futuro começou, foi percebido que esse momento infinito da vida não era temporal, era eterno.
Então começou o início de uma nova raça, uma raça dentro da raça da humanidade, uma raça sem preconceitos, sem julgamentos, mas com liberdade sem limites. Mas no mesmo dia, enquanto a mãe eterna pairava pelo muti-verso, outro nascimento mais aterrorizante aconteceu: o nascimento do mau. Enquanto ela mesma se dividiu em duas, rodando em agonia entre duas forças poderosas, o pêndulo da escolha tomou uma posição. Parece fácil, você deve imaginar, gravitar instantaneamente e firmemente em direção ao bem. Mas ela se perguntou: “como posso proteger algo tão perfeito sem o mau?”
Símbolos:
1) Triângulo Invertido: o primeiro símbolo é o que aparece primeiro no clipe também. Logo no começo, um unicórnio é delimitado por um triângulo de cabeça para baixo que em seguida mostra GaGa. Esses triângulos invertidos eram usados pelos nazistas durante o holocausto para marcar no peito os homossexuais; isso os diferenciava dos demais facilmente, e o uso dele no começo do vídeo significa que a sociedade hoje é parecida, devido às diferenças gerais.
2) Unicórnios: “Eu amo unicórnios. Metade animal, metade monstro. Metade magia e poesia.” Significam por um lado pureza, inocência e mistério, por outro revelações divinas, a dualidade e a transcendência.
3) G.O.A.T.: G.O.A.T. (ou sua constelação) tem o formato de um ovário – fertilidade.
O Criador:
GaGa não se põe no centro ao longo do vídeo, mas sim O Criador, Mother Monster, a divindade que deu origem a tudo.
1) Dualidade Facial: a primeira cena em que GaGa aparece é como O Criador, porém a câmera localizada em sua nuca mostra um rosto com expressões vazias. Após a câmera se focar à sua frente, aparece seu verdadeiro rosto. Essa dualidade caracteriza posteriormente a igualdade entre o criador e suas criações, junto com as presentes deformações na sua segunda face.
2) Cruz: a cruz formada pela tiara e pela mecha preta encontra-se no cabelo e só reforça a idéia de divindade do ser.
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3) Brinco Tri-Triangular: situado na orelha esquerda, o brinco tem o formato de um triângulo que por si só gera mais três triângulos e assim sucessivamente, como a mitose e a reprodução presente ao longo do vídeo. Porém, um triângulo normal em uma das orelhas, e outro triângulo invertido em outra.
A História:ㅤ
O vídeo se passa em G.O.A.T. (Government Owned Alien Territory) e fala do momento da criação de uma raça livre de preconceitos e totalmente igualitária. Ele começa com Mother Monster dando a luz a essa raça ideal, livre de preconceitos entre si. Dentre os nascimentos, perceba que todos são iguais e possuem a mesma característica física, demonstrando uma igualdade até mesmo com O Criador, que possuí duas faces, uma delas igual às de suas criações.
No mesmo dia que essa nova raça nasceu, nasceu algo ainda mais aterrorizante: o mau, representado pela arma, que é usada para proteger aqueles que O Criador ama, uma vez que Ela sabe que para proteger sua raça, é necessário utilizar meios que são considerados más.
“Então, ela se dividiu em dois”: Mother Monster não só gerou o mau como também dividiu a parte má de si mesma, o que significa que ninguém é cem por centro bom, tem alguma parte má em você. Rick Genest (o modelo tatuado) interpreta o nascimento do mau.
“Como posso proteger algo tão perfeito sem o mal?” – a cena em que retrata o verso é representado pel’O Criador frente a sua raça portando uma arma, mostrando que até aqueles que são considerados bons devem recorrer a meios maus para proteger quem amam. Isso pode significar diversas coisas, como o quanto somos capazes para protegermos quem amamos, como estar disposto a matar pelo amor, não importando o quão bom você seja.
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O momento que a música começa é também a primeira vez que vemos GaGa como ela mesma no vídeo. É GaGa, não O Criador. Todos possuem deformações no rosto e estão caracterizados de maneira mais uniforme possível, e no momento em que GaGa caminha em direção às câmeras, ela se ajoelha como os demais para mostrar que é como todos os outros e não está acima deles.
As cenas de dança que seguem pelo vídeo demonstram uma celebração de quem você é – existem negros, brancos, loiros, pessoas de todas as cores comemorando.
A parte má d’O Criador é revelada no segundo verso, o que é possível perceber pelo fato de se assemelhar exatamente como o mau que Mother Monster deu a luz no começo do vídeo (o modelo tatuado que volta a aparecer). Durante as cenas, a Mother Monster má age de forma doentia, boba e irônica, como na cena final em que masca o chiclete, mostrando que pessoas más gostam de fazer coisas más e estão felizes e satisfeitas com suas próprias ações, o que justifica os sorrisos e as tolices dessas ações mostradas. A parte má d’O Criador faz de tudo para satisfazer e agradar o mau (representado por Rick Genest), que fica parado com uma expressão vazia no rosto, até mesmo quando Ela simula sexo com ele.
Enquanto o mau canta alguns versos da música, GaGa e os companheiros estão agrupados em baixo de uma fresta de luz, como se pedissem para a Mother Monster mantê-los salvos do mau, que continua cantando.
Durante a ponte, O Criador aparece com uma arma na mão, pronta para proteger suas criações caso o mau apareça novamente.
No verso seguinte, “No matter gay, straight or bi, lesbian, transgendered life”, GaGa e seus companheiros rolam em um líquido igual ao que saiu do ventre d’O Criador enquanto dava a luz. Isso mostra que todos vieram de um mesmo lugar, o que os mantém unidos. E ao contrário do que era de se esperar, não há destaque para nenhuma das opções sexuais citadas na letra – ela não os diferenciou, tratou a todos com igualdade, de fato.
Em seguida, o mau volta a aparecer, mas diferente de antes, GaGa e os demais continuam a dançar e celebrar quem são, sem ter que chamar pela Mother Monster novamente para ajudá-los. O bem finalmente prevaleceria sobre o mau uma vez que eles ficassem undios?
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Diferente do começo do vídeo, o triângulo no final está para cima, como deveria ser. Isso mostra uma vitória: se o triângulo de ponta cabeça servia aos nazistas para diferenciar os gays, ao fim do vídeo ele finalmente foi ajustado e voltou á posição normal, mostrando que assim como no vídeo, estamos rumo à igualdade.
Entretanto, a parte má de Mother Monster aparece novamente para nos lembrar que ainda temos um longo caminho a percorrer e devemos continuar a combater o mau se quisermos atingir A Igualdade.
Considerações:
1) No final do vídeo existe uma a Michael Jackson e outra a Madonna. Ambos são grandes inspirações para GaGa e é uma maneira clara de dizer que eles também já lutaram pela mesma causa. A homenagem a Michael se dá pela cena final no beco com as luvas brancas e a Madonna pelos dentes separados, enquanto uma lágrima cai em seu rosto, revelando que ainda há muita luta pela frente.
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2) Apesar de referências a vários artistas, poucos entendem que a arte de GaGa é ela mesma. Em função disso, o vídeo possuí referências ao gagaísmo, como a garra monster e o seis no olho.
3) Mais do gagaísmo, a entidade má d’O Criador tem escrito em uma das mãos LADY e na outra GAGA.
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4) A música de abertura do clipe é a tema do filme Vertigo, de Alfred Hitchcock. Vertigo já foi citada em Bad Romance juntos com outros dois filmes de Hitchcock: psycho e rear window.
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Conceitos e conclusões:ㅤ
1) Pondo os triângulos à parte, que aparecem constantemente, a dualidade é a característica mais presente no clipe: o clipe começa com um triângulo de ponta a cabeça e termina com um de cabeça pra baixo, sãs duas as faces d’O Criador, o efeito espelhado é é usado frequentemente, são duas as entidades – o bem e o mau, são dois os movimentos com a mão (paws up e o seis com a mão), são duas as pessoas homenageadas…
Não estou dizendo que isso tudo foi intencional, só que a simetria é algo presente frequente no clipe até pelo contexto: bem x mau.
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Manifesto of Little Monsters
“Este é o manifesto dos Little Monsters. Há algo heróico sobre o jeito que os meus fãs operam suas câmeras, tão precisamente, tão profissionalment, e tão orgulhosamente, como reis escrevendo a história de seu povo. É a abundante natureza que dá e retira o que depois será concebido como O Reinado. Então, a real verdade sobre os fãs de Lady GaGa, meus little monsters, encontra-se nesse sentimento. Eles são os reis, eles são as rainhas, eles escrevem a história do reinado, e eu sou apenas uma devotada gestora, é na teoria da percepção, que nós estabelecemos a nossa ligação, ou a mentira, devo eu dizer por aquilo que nos importa. Nós não somos nada sem a nossa imagem, sem a nossa projeção, sem o espiritual holograma de quem nós precedemos ser, ou preferimos nos tornar… no futuro. Quando você estiver solitário, eu estarei solitária também, e esta é… a fama. Amor e arte, Lady GaGa.”
2) Os Manifesto of Mother Monster e o Manifesto of Little Monsters mantém uma relação direta entre si e o clipe. O reino, assim descrito no Manifesto of Little Monsters, é formado pelos próprios little monsters e uma gestora, que é revelado no Manifesto of Mother Monster como O Criador. Quando um estiver solitário, o outro estará também, e é essa relação de igualdade e união que constrói o ‘Reino’. Somos nós quem construímos o Reino, somos nós quem criamos as regras, somos nós quem lutamos para sermos o que queremos ser, e é essa teoria que nos mantém ligados a’O Criador, Mother Monster.
Fonte: Lady Gaga Brasil
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