Thursday, August 18, 2011

Popline diz que Yoü and I está a 80ºC









Uma breve olhada no quadro com as 10 músicas mais executadas nos EUA atualmente nos remete a uma constatação imediata: nunca a onda eletro-pop esteve tão em alta como hoje.



Há que se admitir, gostem ou não, que Lady GaGa foi uma das responsáveis por trazer o gênero de volta ao topo dos charts mundiais. Desde lá, os oportunistas como Snoop Dogg, Enrique Iglesias, Pitbull e até a filha do sertanejo Zezé Di Camargo migraram rapidamente de gênero musical para poderem aproveitar a moda do momento. No meio deste cenário que começa a se saturar e ficar cada vez mais mal freqüentado, Lady GaGa lança o quarto single do álbum “Born This Way”, a balada pseudo-country “You And I”.







Ainda que o álbum da cantora estivesse repleto de canções dançantes como a interessante “Americano” e as questionáveis “Hair” e “Marry The Night”, a americana decidiu-se por experimentar, pela primeira vez em sua carreira, a sensação de incorporar um pouco mais do perfil que ela seguia antes de se tornar Lady GaGa, sendo apenas Stefani Germanotta.



O single é extremamente oitentista e conta, inclusive, com um solo de guitarras que dura quase 15 segundos. Existe algo mais ultrapassado do que um solo de guitarra? Potencialmente a resposta deve ser “não”. Todavia, nada mais salutar e revigorante no atual cenário mainstream do que atributos ultrapassados para dar um sopro de limpeza na avalanche de autotune que soterra as rádios e ouvidos de todo o planeta.







A letra e a melodia do single são previsíveis, mas cumprem seu papel de entreter o ouvinte, que vai, pelo menos, bater a sola o pé no chão ao ritmo da bateria e guitarra dos refrãos ou pianos dos prelúdios. Um capítulo à parte são os vocais da cantora, especialmente após o 4º minuto da canção. Lady GaGa sabe, como poucos, a voz que tem, mesmo não sendo nenhuma Mariah Carey ou Whitney Houston (não que isso seja, necessariamente, algo positivo).



Talvez este seja o maior trunfo de Lady GaGa: saber usar aquilo o que tem: ela não é a melhor cantora, não é a melhor dançarina, não é a melhor compositora e não é a mais bonita (disto, ela passo longe). Mas é inegável que ela, ao menos, carrega um pouco de cada um destes atributos consigo – algo que já a coloca um passo à frente das demais (especialmente quando não força a intelectualidade e a genuinidade que não, não tem).

No comments:

Post a Comment